domingo, 12 de março de 2017

Achei um livro carcomido,
Alguma Poesia, do Carlos Drummond
de Andrade,
em estado terminal
no balcão da estação de trem.
Sujeira de toda ordem,
rasgos, mas consegui ver João,
que agora amava Maria,
me acenando.
Tentei salvá-los.
Dei conta do quão triste fica um livro que vai ao lixo.
Queria ter a certeza que virá a ser outro,
mas o poeta, em rompante de existencialismo diria,
aqui é onde tudo vivifica.
O livro vai, mas a poesia fica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário