Poesia, textos e todas expressões que surgirem para partilhar, sempre depois que a Lua me tocar.
quarta-feira, 31 de agosto de 2016
sexta-feira, 26 de agosto de 2016
quarta-feira, 24 de agosto de 2016
Camarote
Na calçada ajeito a saia, e sento na minha cadeira de praia, pois aqui o bairro sofre pela falta de praça. Da janela tem uma vista especial, mas nada se compara o ficar na rua perto dos carros fazendo obstáculo pra quem passa na calçada.
Meu pensamento acha graça do sorveteiro, do vendedor de pamonha, do homem do algodão doce cor de rosa da minha saia. Eu tenho saído pouco, não me acostumei com a bengala, faço pirraça com ela, invento manobras perigosas e acabo trombando nos outros. Minha neta ao me ver assim, anda pegando no meu pé do mesmo jeito que eu ficava com ela pequena.
Acho que remocei demais, dei pra ser bebê, não demora e vou usar fraldas, é só uma questão de tempo, e como eu quase me acostumo com quase tudo, vou inventar um jeito de usar especial que vão achar que é a calcinha da Beyoncé. Até lá, compro uma bengala de quatro apoios e ninguém me segura. Aventura vai ser ir no baile. Se tomar chá de cadeira, coloco a minha em frente da pista de dança e fico como aqui na calçada, vendo a vida que ainda passa por mim.
Na calçada ajeito a saia, e sento na minha cadeira de praia, pois aqui o bairro sofre pela falta de praça. Da janela tem uma vista especial, mas nada se compara o ficar na rua perto dos carros fazendo obstáculo pra quem passa na calçada.
Meu pensamento acha graça do sorveteiro, do vendedor de pamonha, do homem do algodão doce cor de rosa da minha saia. Eu tenho saído pouco, não me acostumei com a bengala, faço pirraça com ela, invento manobras perigosas e acabo trombando nos outros. Minha neta ao me ver assim, anda pegando no meu pé do mesmo jeito que eu ficava com ela pequena.
Acho que remocei demais, dei pra ser bebê, não demora e vou usar fraldas, é só uma questão de tempo, e como eu quase me acostumo com quase tudo, vou inventar um jeito de usar especial que vão achar que é a calcinha da Beyoncé. Até lá, compro uma bengala de quatro apoios e ninguém me segura. Aventura vai ser ir no baile. Se tomar chá de cadeira, coloco a minha em frente da pista de dança e fico como aqui na calçada, vendo a vida que ainda passa por mim.
terça-feira, 23 de agosto de 2016
quinta-feira, 18 de agosto de 2016
quarta-feira, 17 de agosto de 2016
sábado, 13 de agosto de 2016
sexta-feira, 12 de agosto de 2016
quinta-feira, 11 de agosto de 2016
domingo, 7 de agosto de 2016
sexta-feira, 5 de agosto de 2016
Sete anos
Sete anos a mais e
sete anos a menos,
saíram pra esquecer
feridas recentes.
Sete anos a menos abriu
um sorriso no metrô.
Sete anos a mais reparou
na beleza que viu meses atrás.
Sete anos a menos segurou
a mão de sete anos a mais
e andaram na rua mais bonita da cidade,
até entrarem numa lanchonete.
De lá foram dividir uma conta.
Sete anos a mais perdeu as contas
entre tantos rabiscos na pele de sete anos a menos.
Sete anos a menos se perdeu em curvas demais.
Juntos sopraram as feridas, riram, cantaram,
pra sentir um pouco de felicidade e menos tristeza nessa vida.
Sete anos a mais gostou demais de sete anos a menos.
Sete anos a menos nem lembra mais de sete anos a mais.
Há sete anos atrás.
Sete anos a mais e
sete anos a menos,
saíram pra esquecer
feridas recentes.
Sete anos a menos abriu
um sorriso no metrô.
Sete anos a mais reparou
na beleza que viu meses atrás.
Sete anos a menos segurou
a mão de sete anos a mais
e andaram na rua mais bonita da cidade,
até entrarem numa lanchonete.
De lá foram dividir uma conta.
Sete anos a mais perdeu as contas
entre tantos rabiscos na pele de sete anos a menos.
Sete anos a menos se perdeu em curvas demais.
Juntos sopraram as feridas, riram, cantaram,
pra sentir um pouco de felicidade e menos tristeza nessa vida.
Sete anos a mais gostou demais de sete anos a menos.
Sete anos a menos nem lembra mais de sete anos a mais.
Há sete anos atrás.
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