terça-feira, 28 de junho de 2016

Ele não fala mais de amor,
perdeu a mão.
Diz que volta a falar
assim que entender
a questão
mais importante,
a que define
como vai ser a vida
das pessoas
depois das decisões
tomadas pelo poder.
Diz que volta quando
o amor tomar o lugar,
mal sabe ele que um dia
o amor tomará o poder,
mas até lá a gente vai morrer
pela demora.
Quem sabe ele desiste
de esperar a conclusão dos fatos,
e volte a falar de amor sem embaraço.
Ele é poeta, mas anda sofrendo
com tanta realidade, os homens
de terno dão remédio pra não dormir,
parou de sonhar,
esqueceu o verso
em algum lugar
do Congresso.

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