terça-feira, 29 de março de 2016

sábado, 19 de março de 2016

Último
dia 
de ver
verão.
Sexta fim de feira,
verão no balcão,
calor na xepa.
strar mais reações
Estes pontos dos seus poros, estas bolas pretas dos seus olhos, estes orifícios das suas orelhas, estes vincos da sua bochecha. Você é humano, não há nada que não me convença. Outras dobras, outras manobras, outras sobras. Outras
A chuva tão esperada,
desmotivada,
desiste de cair.
Risquei no chão de terra
meus sonhos. Cada um que passava,
passava à limpo, apagava e assim misturava as palavras nas solas dos sapatos, nos grãos, nas pedras do caminho. Iam levando meus sonhos consigo. No chão bem batido, o vento pousou e voou, levou meus sonhos ao céu, lá, deonde o sonho começa, quando escurece e clareia tudo pela manhã como uma ideia vaga.
Acordei eu, acordou você, acordamos.

sexta-feira, 18 de março de 2016

terça-feira, 15 de março de 2016

Vou no acerto e erro,
me perco.

Na chegada,
a surpresa do acaso,
então me caso
 com o inédito,
o não dito e fico
com o infinito.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Poesia não acontece
 se ninguém aparece.
É preciso que veja,
É preciso que leia,
É preciso que toque,
É preciso que sinta,
É preciso que ouça
É preciso que esteja,

É preciso um encontro com a vida.

domingo, 13 de março de 2016

Não podemos negar o sorriso no branco dos olhos,
nem as lágrimas que atravessam as pupilas negras.
Nem a tristeza no branco,
nem a alegria no negro.
Já foi dito que somos todos iguais, 
não custa nada lembrar,
a memória é falha nossa.
Ventos de outono,
chuvas de março,
ensaios do inverno.
Um abraço levou
 o cheiro no braço,
levou um perfume, um frasco inteiro.
No ar algo incendiário.
Por favor, chame o bombeiro!
Lá é um lugar que se quer.

sexta-feira, 11 de março de 2016

Há que se cultivar o não
para colher o sim.
Chuva para,
casa amarela espera
o céu amarelar.
Chuva para
casa azul espera
o céu azular.
 Chuva para, casas
 esperam o dia secar.
Que culpa a gente tem
em acreditar?
Se a crença não fez diferença
onde bastava confiar.
E a descrença,
vítima da má fé
com certeza é
a verdadeira
culpada.

quarta-feira, 9 de março de 2016

Escondia-se em letras de caixa alta. Era um lugar seguro que fazia barulho onde a palavra faltava.
Dormia nas letras minúsculas, acordava nos hífens e corria nas reticências. Se agasalhava nos colchetes, ajeitava o cabelo nas aspas. Quando a coisa apertava pedia socorro junto aos parênteses. Era uma pessoa letrada.

domingo, 6 de março de 2016

As lembranças no decorrer,
no andar do tempo acumulam
até um tanto, uma parte rareia
se perde em algum canto.
é por isso que alguma coisa se esquece,
na memória desaparece,
não cabe dentro de si tanto saber
O branco sai com a calça
 estampada da África,
veste a camisa
do Mandela.
Sai bem bonito
que é pra encontrar
 com ela.

sábado, 5 de março de 2016

Paixões contam histórias políticas romantizadas. É o tempo quem nos contará o que estamos vivendo num realismo fantástico.

quinta-feira, 3 de março de 2016

Os poemas são velhos
conhecidos do tempo.
São versos adormecidos
que assim se completam. 
Surgem no ineditismo fingido,
são versos relidos no vento.
Algum poeta recolhe
e finge que dorme acordado
a contento.
Vem do fundo a vontade.
Sobe num empuxo.
E boia no curso.
Quando a vontade
encosta na margem
é hora de prosseguir e andar.
Coragem!
As caixas de presentes
quando abertas,
são abertas de repente.

De repente não são mais elas,
não são mais elas,
são presentes.
Acho que vai chover.
Tem uma nuvem cinza,
escura, bravia,
com vontade de cair.
Acho que vai chover.
Alguém no andar de cima
 arrasta os móveis sem piedade.
Acho que vai chover.
Desce um cheiro de água,
que de inodora, não tem nada!
Acho que vai chover.
A cidade corre mais rápido
 com vontade de se recolher.

Chove.

terça-feira, 1 de março de 2016

Eu pinto o rosto de branco,
não importa a minha cor.
Meu nariz é vermelho,
mas eu não sou coelho.
Minha calça é bem larga,
meu sapato é o maior
pra tropeçar direito.

Que é que eu sou?
Que é que eu sou?

Palhaço!
Paisagem

A casa nem precisa ser bonita,
se bonita é a vista.

Massinha de modelar azul,
espremo o céu com as mãos.
Faço bola, formo um planeta,
vejo o mar
esfarelo continentes,

 sujo o chão.