Um rapaz se demorava a ler cartões de felicitações. Uma demora de uma hora. Nisso escolhe um cartão. Tensionada a caneta no balcão, exita em escrever "Eu te amo". Eu te amo, não! Pensou. Eu te amo deve sair da boca e não do papel na mão. Vou escrever "Eu te quero"! Eu te quero, não! É brega! Vou deixar em branco os dizeres, entrego assinado com o ramalhete, nome e sobrenome, assim eu mando o recado que quero compromisso, espero que ela entenda.
Poesia, textos e todas expressões que surgirem para partilhar, sempre depois que a Lua me tocar.
segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
domingo, 28 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
domingo, 21 de fevereiro de 2016
sábado, 20 de fevereiro de 2016
É preciso demorar-se olhando a velhice. A juventude esvoaça e se apresenta com a energia da urgência. A velhice, um acalanto dos encantos que esmorecem a cada escalada. Há recursos para tudo, remediar os contudos e os entretantos, e a velhice é o que nos espera pela frente. Que tal contemplá-la antes? Acostumar os olhos. Escrevi isto num café quando percebi que entre umas três senhorinhas nos seus oitenta anos, uma me observava e eu passei a observá-la também. Levou um tempo, de tomar uma xícara grande, mas consegui arrancar um sorriso dela. Rimos.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016
A amizade parte do coração, e no caminho faz muitos amigos no corpo do mundo. Sorri sem destino e quando alguém desavisado olha forma um amigo. No caminho, numas trombadas e tropeços faz inimizades, mas é tudo pretexto para depois que o peito parar de bater voltar ao começo. Dada a corda do tempo, a amizade retoma e começa tudo outra vez.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
Gostar vem de sentir o gosto. E gostar não depende do rosto. Gostar é de graça, não tem dinheiro que pague um gosto, não tem aposta. Gostar é egoísta, você gosta e pronto. E gostar só fica triste de engolir quando recebe o não gostar do outro. O ego colabora, espezinha e coloca a língua de fora. Enquanto a gente chora.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016
terça-feira, 16 de fevereiro de 2016
Se eu pudesse só faria poemas sem rimas. As rimas são irresistíveis, nascem bem antes, estão latentes a quem não se utiliza de dicionário de rimas, que descobri muito tardiamente que existem.
Versos sem rimas têm o sopro que não termina com o ponto final, têm o abrir espantado dos olhos, o tocar da mão no coração do peito, do incorreto pelo certo.
Versos com rima são belos, trazem o aviso do lado direito e esquerdo do cérebro, de como pode ser que a história termina.
Acho mais difícil versos sem rima.
Versos sem rimas têm o sopro que não termina com o ponto final, têm o abrir espantado dos olhos, o tocar da mão no coração do peito, do incorreto pelo certo.
Versos com rima são belos, trazem o aviso do lado direito e esquerdo do cérebro, de como pode ser que a história termina.
Acho mais difícil versos sem rima.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
domingo, 14 de fevereiro de 2016
sábado, 13 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016
O ex-grande amor estava ali, dois balcões à direita. Tirou os óculos, colocou a mão no bolso desconcertado. A essa altura, diminuíra alguns centímetros. Foi na livraria comprar a Teoria Geral do Esquecimento, e deu de cara com a lembrança. Contava os segundos no caixa que se demorava e torcia para que ao finalizar a compra, o grande tivesse desaparecido. Botou os óculos, tirou as mãos descosturadas do bolso, olhou na direção, e ele havia sumido. Caminhou até a estante, passou a mão nos livros, examinou os que estavam mexidos e acreditou que eram estes os livros vistos, A poesia é necessária, reunidas pelo Rubem Braga, O ritmo dissoluto, do Manuel Bandeira e a Rosa do Povo do Drummond. Ele também era poeta.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
terça-feira, 9 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
Estou na casa de baixo e desce o aroma do café coado. Eu que não vejo, imagino o marrom tomando conta do coador.
Quisera fosse de pano, cheio de histórias,
que mesmo lavadas tingem o branco, imprimindo em seus tecidos vestígios, embaixo das escadas que levam o café mesmo sem tomá-lo em seu copinho de plástico, de vidro transparente, ou xícara.
A água desceu, ficou a borra, vou saber o que me espera.
Quisera fosse de pano, cheio de histórias,
que mesmo lavadas tingem o branco, imprimindo em seus tecidos vestígios, embaixo das escadas que levam o café mesmo sem tomá-lo em seu copinho de plástico, de vidro transparente, ou xícara.
A água desceu, ficou a borra, vou saber o que me espera.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2016
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