E quando poeta pensa
ler algo que nunca foi dito,
o silêncio da ilusão
toma todas as contas.
E num arroubo iludido,
alimentar-se das palavras soltas.
É certo que quase tudo foi dito,
mas a nova demão
sempre nos assombra.
Não é ciúmes o que nos toma,
é paixão pelas palavras grafadas
em outras mãos.
É desejo de apertá-las então.
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