Saci,
eu vi você!
Pra mim você
era o redemoinho.
E eu, tão pequenino
lhe vi.
Saci.
Poesia, textos e todas expressões que surgirem para partilhar, sempre depois que a Lua me tocar.
sábado, 31 de outubro de 2015
sexta-feira, 30 de outubro de 2015
Como você vai sem mim?
A você todo meu respeito.
Lembro da gente sentado
no jardim, não teve jeito.
A você todo meu respeito.
Lembro da gente sentado
no jardim, não teve jeito.
Entrei em contato
pra saber se assim,
faria efeito,
vou buscar a blusa
que deixei, mas só
vou buscar se tiver beijo.
Vai me dizer que nunca
usou de um bom pretexto,
para voltar a morar dentro
do meu peito.
Nós dois somos assim,
não tem jeito,
uma hora ou outra
esquecemos alguma coisa,
quando você perder a cabeça,
e eu perder o coração,
desse dia não passa,
quando esse dia chegar a gente casa.
pra saber se assim,
faria efeito,
vou buscar a blusa
que deixei, mas só
vou buscar se tiver beijo.
Vai me dizer que nunca
usou de um bom pretexto,
para voltar a morar dentro
do meu peito.
Nós dois somos assim,
não tem jeito,
uma hora ou outra
esquecemos alguma coisa,
quando você perder a cabeça,
e eu perder o coração,
desse dia não passa,
quando esse dia chegar a gente casa.
Aqui de passagem, ouço uma expressão para se despedir pouco comum, que a
globalização não conseguiu modificar. Desde que cheguei, ao me despedir
ouço:
- Depois cê volta? Fiquei imaginando se no Cerrado teria um pássaro que cantasse assim: depois cê volta? Não tem, descobri. A passarada daqui, seus moradores andantes é que dizem ao se despedir: Depois você volta? Senti no caminho de ouvir, um lugar de passagem, quase os vi atravessando a cidade, levantando a poeira no casco da cavalaria, da boiada. Foi quando procurei o Célio, memória viva, o farmacêutico poeta, fraseador, para saber o que foi o lugar no passado, antes da cidade ter tanta saudade, antes de buscar nas buscas. Contou-me que a cidade em que eu vi a passagem, era caminho dos que iam atrás das pedras preciosas. Ao sair do café outro dia, a ouvir a moça dizer pela primeira vez "depois você volta?", respondi que sim, mas quantos voltam? Talvez há mais de 200 anos, tempo da formação da cidade, "depois você volta", deve ter nascido das querências de viver, amar o horizonte, buscar riquezas. Vez ou outra, alguém se apaixonava por alguém, pela estrada e resolvia ficar. Aqui entendi, o que seria pra mim a melhor expressão da saudade:
- Depois você volta? Eu digo:
- Eu volto sim! Respondo pra quem pergunta, sem perceber o tempo que ainda tenho aqui.
- Depois cê volta? Fiquei imaginando se no Cerrado teria um pássaro que cantasse assim: depois cê volta? Não tem, descobri. A passarada daqui, seus moradores andantes é que dizem ao se despedir: Depois você volta? Senti no caminho de ouvir, um lugar de passagem, quase os vi atravessando a cidade, levantando a poeira no casco da cavalaria, da boiada. Foi quando procurei o Célio, memória viva, o farmacêutico poeta, fraseador, para saber o que foi o lugar no passado, antes da cidade ter tanta saudade, antes de buscar nas buscas. Contou-me que a cidade em que eu vi a passagem, era caminho dos que iam atrás das pedras preciosas. Ao sair do café outro dia, a ouvir a moça dizer pela primeira vez "depois você volta?", respondi que sim, mas quantos voltam? Talvez há mais de 200 anos, tempo da formação da cidade, "depois você volta", deve ter nascido das querências de viver, amar o horizonte, buscar riquezas. Vez ou outra, alguém se apaixonava por alguém, pela estrada e resolvia ficar. Aqui entendi, o que seria pra mim a melhor expressão da saudade:
- Depois você volta? Eu digo:
- Eu volto sim! Respondo pra quem pergunta, sem perceber o tempo que ainda tenho aqui.
terça-feira, 27 de outubro de 2015
Era uma vez o silêncio.
O barulho chegou e pediu a palavra.
O silêncio prosseguiu mudo,
disse com as mãos,
que o barulho da fala
não sabe nada,
O barulho chegou e pediu a palavra.
O silêncio prosseguiu mudo,
disse com as mãos,
que o barulho da fala
não sabe nada,
que o silêncio sabe tudo.
Que se o barulho da fala
disser tudo,
nada mais será dito.
E o silêncio povoará o universo.
É assim que em Marte o silêncio
reina absoluto,
frente e verso.
Que se o barulho da fala
disser tudo,
nada mais será dito.
E o silêncio povoará o universo.
É assim que em Marte o silêncio
reina absoluto,
frente e verso.
sábado, 24 de outubro de 2015
A terra seca chacoalha quando a água deságua. O vento arrevolta e solta
um gargalhar de fazer voar tudo. Um queimado cinza a espalhar na terra
cobre. Falta árvore no serrado. Chuva é festa é o pouco que me resta faz
feriado. Cobra, ave, gado, tempo, verbo em cruz, saudade de ver a
igreja pontuda, lá no fundo, no bairro que pede ajuda, a malhação do
Judas, desde os tempos de Jesus.
quinta-feira, 22 de outubro de 2015
Acreditar em partidos e pessoas tem um quê de religião, tem que ter fé.
Não venha me dizer que não.
Tem que ter amor.
Não venha me dizer que não.
E quando rompe é um divórcio doloroso.
Não venha me dizer que não.
O brasileiro é um povo afetuoso.
Falar de um ex amor dói.
Ateu também sente dor.
Tenhamos compaixão.
Por todos nós então.
Não venha me dizer que não.
Tem que ter amor.
Não venha me dizer que não.
E quando rompe é um divórcio doloroso.
Não venha me dizer que não.
O brasileiro é um povo afetuoso.
Falar de um ex amor dói.
Ateu também sente dor.
Tenhamos compaixão.
Por todos nós então.
Não venha me dizer que não.
quarta-feira, 21 de outubro de 2015
domingo, 18 de outubro de 2015
Se despede das pessoas,
mas vez ou outra, pessoas
não se despem das roupas
que usaram no dia de se despedir.
Elas ficam empregadas na memória das importâncias.
As pessoas querem ficar na memória de ir embora,
num disco rígido, acreditando serem protagonistas
de vidas despedidas.
Esperam cruzar o caminho
pra dizer o que não foi despedido.
Melhor seria acreditar na vida
tão mais criativa que a ficção
pra se empregar de toda despedida.
Bastaria para as pessoas que
foram importantes em nossas vidas,
não serem despedidas.
Imagine o congestionamento previsto?
Despedir-se é empregar o destino
que precisa trabalhar por outros caminhos.
mas vez ou outra, pessoas
não se despem das roupas
que usaram no dia de se despedir.
Elas ficam empregadas na memória das importâncias.
As pessoas querem ficar na memória de ir embora,
num disco rígido, acreditando serem protagonistas
de vidas despedidas.
Esperam cruzar o caminho
pra dizer o que não foi despedido.
Melhor seria acreditar na vida
tão mais criativa que a ficção
pra se empregar de toda despedida.
Bastaria para as pessoas que
foram importantes em nossas vidas,
não serem despedidas.
Imagine o congestionamento previsto?
Despedir-se é empregar o destino
que precisa trabalhar por outros caminhos.
sábado, 17 de outubro de 2015
sexta-feira, 16 de outubro de 2015
quinta-feira, 15 de outubro de 2015
O amor é quem melhor ensina a fazer resumo, você passa a vida tentando entender, ou tem a sorte de encontrar antes e quando aparece tudo que era complicado, se condensa e simplifica. Quem não encontra o amor, seja em alguma pessoa, ou ser, ou ideal, fica perdido, espalhado, com um monte de textos picados pra ler, sem saber por onde começar o aprendizado. Sem saber amar, sem feitio, sem o riscado. O autoamor, é quem nos livra de todo mal, de ser mal amado.
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
O asfalto trincado, calçadas batidas de cimento, com bordas de pedra pra
lembrar do que foi o tempo. A porta está aberta, a janela uma fresta
que entra um cadinho de vento. É noite, a cidade dorme deitada no café
que sobrevoa os telhados e muros altos de outras casas. Eu olho aquela,
enquanto abertas estão as janelas, tela azul que cintila uma seriedade
que não cabe. Estão sentados no sofá de couro de mentira. Corujas
acompanham o fechar da porta insone. Na casa um casal jovem que não
dorme.
palhaço cansado
A um palhaço, cansado,
retirante
de sua máscara
após tanto pular de alegria triste.
Perguntas que o espelho insiste
pra não levar-se tão à sério.
retirante
de sua máscara
após tanto pular de alegria triste.
Perguntas que o espelho insiste
pra não levar-se tão à sério.
Disse não existir mistério.
Apenas esquecer um pouco
do rosto, do dinheiro
da voz,
e do corpo.
E entrar no picadeiro.
Apenas esquecer um pouco
do rosto, do dinheiro
da voz,
e do corpo.
E entrar no picadeiro.
terça-feira, 13 de outubro de 2015
sábado, 10 de outubro de 2015
Muitos lugares das Gerais
continuam os mesmos.
Mesmo que não seja o mesmo
país, sinto o mesmo cheiro
de felicidade na raiz.
O mesmo arvorear
O Brasil de Minas,
Quantas Gerais
em cada Brasil da esquina?
Quantas centrais,
litorais?
Quanto ouro a se derramar na estrada,
depois que tiraram o nosso trem?
Militares sinas,
que aqui ainda não combina.
Democracia não
pegou direito o trem.
Ainda somos crianças,
e nas Gerais senti a esperança
que café com leite não tem.
O Brasil é de muitos pedacinhos,
negros, brancos, europeus, árabes,
asiáticos e índios.
Estados distintos
de sentimento
recolhido.
Há que se juntar
pra melhorar
o ais.
continuam os mesmos.
Mesmo que não seja o mesmo
país, sinto o mesmo cheiro
de felicidade na raiz.
O mesmo arvorear
O Brasil de Minas,
Quantas Gerais
em cada Brasil da esquina?
Quantas centrais,
litorais?
Quanto ouro a se derramar na estrada,
depois que tiraram o nosso trem?
Militares sinas,
que aqui ainda não combina.
Democracia não
pegou direito o trem.
Ainda somos crianças,
e nas Gerais senti a esperança
que café com leite não tem.
O Brasil é de muitos pedacinhos,
negros, brancos, europeus, árabes,
asiáticos e índios.
Estados distintos
de sentimento
recolhido.
Há que se juntar
pra melhorar
o ais.
quinta-feira, 8 de outubro de 2015
terça-feira, 6 de outubro de 2015
Inspirado numa parte do documentário Favela: A Vida na Pobreza, da alemã Christa Gottmann, sobre a escritora Carolina Maria de Jesus. Muito do que escrevi desde sábado, saiu do sentimento que tive deste doc. Vale lembrar que este doc é de 1971, quando o termo comunidade não existia e o que se mostra no filme é algo que muito se vê hoje em lugares que não conhecem ainda, ou estão longe do termo comunidade.
A inveja atrapalha mais quem não tem nada,
quem tem muito e tem inveja de quem não tem nada
quem tem muito e tem inveja de quem não tem nada
se diverte,
usa um palito comprido
para restelar o bicho,
coisa que ninguém descobre.
para restelar o bicho,
coisa que ninguém descobre.
A inveja mata de verdade
quem é pobre.
quem é pobre.
Inveja é fome.
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
domingo, 4 de outubro de 2015
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
Quem não é carente,
quem não sente
a falta de nada?
A falta quem não sente,
de água, de comida,
de casa, de gente?
quem não sente
a falta de nada?
A falta quem não sente,
de água, de comida,
de casa, de gente?
a cada subida
uma carência
atendida.
uma carência
atendida.
que a cada escalada,
não me esqueça de nada,
pelo amor, que me esqueci,
que ao suprir,
não seja uma tomada
ligada
pelo egoísmo.
não me esqueça de nada,
pelo amor, que me esqueci,
que ao suprir,
não seja uma tomada
ligada
pelo egoísmo.
Quero ser carente
de algo sempre.
E se um dia estiver
preenchida,
esvazio a mochila,
e sigo em frente.
de algo sempre.
E se um dia estiver
preenchida,
esvazio a mochila,
e sigo em frente.
Carente.
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
Assinar:
Postagens (Atom)