A segunda tem o sono do domingo
e um sonido. Da coberta que arrasta na cama, do se acordar não me chama,
se for pra acordar é só pra dizer
que me
ama.
Talvez isso explique o mau humor da segunda. Se declare pra segunda pessoa do singular que você encontrar
em nome da segunda,
a primeira que chegar,
depois explique que é
brincadeira e assim
volte ao mau humor
de primeira.
A segunda é tudo cena,
é mau humor de cobertor,
terça quase sempre melhora.
Poesia, textos e todas expressões que surgirem para partilhar, sempre depois que a Lua me tocar.
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
Não teve carnaval,
purpurina no rosto,
Mas se ouvia a marchinha no metrô:
paulista, paulista, paulista,
pinheiros, pinheiros, pinheiros.
(seus beijos, seus beijos, seus beijos)
Era pra ser uma noite
do bloco bandaid,
pra afogar os sentimentos:
alheios, alheios, alheios.
Mas não deu:
deu medo,
deu medo,
deu medo.
Canção coada com os dedos.
Não teve bloco de carnaval,
purpurina no rosto,
nem segredos.
Mas deu medo,
deu medo,
deu medo.
purpurina no rosto,
Mas se ouvia a marchinha no metrô:
paulista, paulista, paulista,
pinheiros, pinheiros, pinheiros.
(seus beijos, seus beijos, seus beijos)
Era pra ser uma noite
do bloco bandaid,
pra afogar os sentimentos:
alheios, alheios, alheios.
Mas não deu:
deu medo,
deu medo,
deu medo.
Canção coada com os dedos.
Não teve bloco de carnaval,
purpurina no rosto,
nem segredos.
Mas deu medo,
deu medo,
deu medo.
domingo, 30 de agosto de 2015
sábado, 29 de agosto de 2015
Lua na caruda,
manda o povo pra rua,
nem deixa cair a chuva.
manda o povo pra rua,
nem deixa cair a chuva.
Lua na caruda
faz lembrar que o
bicho gente gosta
de companhia,
que o bicho lobo
quer comida,
que as aldeias
pedem fogueira,
danças e
festa.
faz lembrar que o
bicho gente gosta
de companhia,
que o bicho lobo
quer comida,
que as aldeias
pedem fogueira,
danças e
festa.
Lua na caruda, cheia de vida,
a distrair na acolhida
os viventes das cavernas,
faz da noite do mundo,
lembrar que contemplá-la
sempre foi de graça.
a distrair na acolhida
os viventes das cavernas,
faz da noite do mundo,
lembrar que contemplá-la
sempre foi de graça.
sexta-feira, 28 de agosto de 2015
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
Amar é admirar,
me admiro de ter
admirado você.
Eu admiro o horizonte,
e o horizonte nem me vê.
Mesmo assim, eu o amo.
O horizonte não é de se admirar
em dias e noites de guerra.
Fica medíocre e triste.
O amor é admiravelmente
mesquinho, quando
a gente espera.
Quando perde um horizonte,
fica sem saber pra onde olhar.
Faz dias e noites de guerra.
me admiro de ter
admirado você.
Eu admiro o horizonte,
e o horizonte nem me vê.
Mesmo assim, eu o amo.
O horizonte não é de se admirar
em dias e noites de guerra.
Fica medíocre e triste.
O amor é admiravelmente
mesquinho, quando
a gente espera.
Quando perde um horizonte,
fica sem saber pra onde olhar.
Faz dias e noites de guerra.
Os versos,
da próxima página,
esperam controversos,
os olhos que não chegam.
esperam controversos,
os olhos que não chegam.
Ansiosos, o coração dispara,
faz saltar palavra por palavra.
faz saltar palavra por palavra.
Com a língua de fora,
a boca pede
água, mas depois a língua
pede a palavra.
a boca pede
água, mas depois a língua
pede a palavra.
O olho corre mais que a boca,
o olho é tagarela,
pisca sem parar,
bate como a tecla.
o olho é tagarela,
pisca sem parar,
bate como a tecla.
A palavra pede água,
mas a mão
não ouve a palavra.
mas a mão
não ouve a palavra.
E vira a página.
quarta-feira, 26 de agosto de 2015
terça-feira, 25 de agosto de 2015
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
domingo, 23 de agosto de 2015
sábado, 22 de agosto de 2015
A vida corre, voa, e eu tive essa percepção, no dia que andei de metrô pela primeira vez, aos cinco anos de idade, com meu avô, que parecia muito Santos Dumont, e chamava Alberto dos Santos, um poeta sonhador, do qual herdei a sandice de escrever. Lembro dele segurando as mãozinhas minhas e de meu primo, do tranco que deu a brecada, do borrado da paisagem, isso aconteceu na linha vermelha no Brás, e explica a paixão que tenho pela estação, pelo bairro, minha primeira referência de São Paulo, vinda do ABC. Até os 18 anos, o tempo passou lento como o trem, depois pegou o metrô, e aos 40 parece pegar um jatinho que nunca andei, tamanha velocidade. As imagens andam borradas pela miopia, mas carrego, assim como meu avô, enquanto pode, a juventude. A juventude no pensar. E assim me lembrei hoje do meu avô, que nunca envelheceu, e da música do Raul, que me ensinou na canção que é preferível ser a metamorfose ambulante, que corre, dá tranco e assegura o cheiro de novidade enquanto o cérebro ainda pode pensar. O dia que a velha opinião chegar, saberei que de fato envelheci, o trem vai parar na estação, e eu deixarei de ser poeta.
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
O que é um grande autor, em tempos que a leitura perde espaço para jogos, aplicativos, rede social? Um grande autor para a Literatura, quando essa é amplamente difundida, discutida e consumida, é aquele que utiliza com arte sua forma de escrever, trabalhando as palavras de forma que a poesia ou a falta dela enriqueça seu imaginário e traga surpresas e sentimentos até então não revelados? De forma tão natural que nem se perceba a mais requintada literatura? Um grande autor talvez seja quem faça você querer ler um livro até o fim, largar o tempo que você tem gastado a mais para acessar seu smartphone. Então rasgue seus preconceitos, pergunte para a senhora ao lado o que ela está lendo, e não consegue parar de ler em tempos de dispersão, quem sabe ela possa responder?
Quando voltarmos novamente ao gosto genuíno pela leitura, fará sentido alguns termos sobre o que é ser grande. Em tempos em que todas as classes sociais sofrem de alguma forma pela pobreza de conhecimento de qualidade, talvez grandes sejam os que têm a simplicidade de contar uma história, um causo, que prenda o leitor até o fim, como no princípio dos tempos, nas rodas, nas vilas, nas praças, nas feiras, no chão da sala, e aí todo gênero vale. Para gostar de ler vale tudo. Até sacanagem.
Quando voltarmos novamente ao gosto genuíno pela leitura, fará sentido alguns termos sobre o que é ser grande. Em tempos em que todas as classes sociais sofrem de alguma forma pela pobreza de conhecimento de qualidade, talvez grandes sejam os que têm a simplicidade de contar uma história, um causo, que prenda o leitor até o fim, como no princípio dos tempos, nas rodas, nas vilas, nas praças, nas feiras, no chão da sala, e aí todo gênero vale. Para gostar de ler vale tudo. Até sacanagem.
E a história chegou na última página, do lado da cama, perto do abajur, e vai parar na cozinha, em cima da mesa, como mexerica doce, raspa do bolo que a vó fazia e a gente tira com o dedo indicador e sai correndo. Na praça, com o primeiro beijo sem treino, entre amigos, na cócega embaixo do braço, de tarde, com o chá de hortelã que perfumou a sala, e foi parar no teatro, no melhor lugar na plateia. O livro pesado perde peso, flutua e volta pra estante, para viver novamente na mão de outro alguém. Boa noite.
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
Reduziram
aumentaram os presídios,
privatizaram homicídios,
mas ainda faltam escolas
para os políticos,
que os meninos
são da vida,
não entendem
nada disso.
Proibiram,
proibiram
os comícios.
Reduziram as carteiras,
os cadernos,
os professores fugiram
dos homens de terno,
que acreditam menos no céu,
e mais no inferno.
Reduziram o sorriso,
mas ninguém tem
nada com isso.
Olha os meninos,
olha as meninas,
reduzidos em pedra
da lei
de dar dó.
Um dia vão dar
o nó,
e fazer escola
da rua
com o terno
risca de giz
na calçada.
Vocês vão ver.
aumentaram os presídios,
privatizaram homicídios,
mas ainda faltam escolas
para os políticos,
que os meninos
são da vida,
não entendem
nada disso.
Proibiram,
proibiram
os comícios.
Reduziram as carteiras,
os cadernos,
os professores fugiram
dos homens de terno,
que acreditam menos no céu,
e mais no inferno.
Reduziram o sorriso,
mas ninguém tem
nada com isso.
Olha os meninos,
olha as meninas,
reduzidos em pedra
da lei
de dar dó.
Um dia vão dar
o nó,
e fazer escola
da rua
com o terno
risca de giz
na calçada.
Vocês vão ver.
quarta-feira, 19 de agosto de 2015
Montanhas são escaladas para concretizar o derrubar dos problemas, e a subida, uma meditação contínua. Lá do alto, as coisas ficam tão pequenas, temos a sensação de sermos Deus, e se Deus quiser, a gente desce bem na volta. E a volta é um esvaziar do ar parado no peito, o tremer da barriga e das pernas que querem evitar a queda. Escaladas, caminhadas, é o corpo fazendo a vontade do destino, através dos músculos, do suor, dos ossos, para lembrar que estamos vivos.
Sobre conselhos: Emily Dickinson, a poeta, muito insegura dos seus escritos, se correspondeu durante vinte anos com um crítico literário, que a aconselhava a não publicar, devido a falta de rigor técnico e certa naturalidade ao escrever. Ela só foi publicada, na íntegra, após sua morte, e foi considerada um marco na literatura mundial.
Observação após leitura sobre as notas e transcrição dos poemas de Emily Dickinson, feitas pelo poeta e tradutor José Lira, no livro A Branca Voz da Solidão.
Fluviais
Se ao menos pudesse interromper o fluxo do nariz que chorava, as pernas remediada estava, no entanto, trazia um vermelho palhaço na ponta e laterais das narinas. Não é fácil ser menina, moça, mulher, nos dias das águas. Os artifícios só deixam as flores das peles encharcadas. O banho acalma, o perfume acalenta, a toalha e o lenço secam, mas tem dia que mulher aninha, quer casa, colo de cama, chá quente e pele de cobertor.
terça-feira, 18 de agosto de 2015
Sorriso
quando passa,
você ganha de graça.
Sorrindo pela graça,
que deseja oferecer.
quando passa,
você ganha de graça.
Sorrindo pela graça,
que deseja oferecer.
Quem não sorri de graça,
paga caro.
paga caro.
Se até banguela
quando sorri,
tira de si o sarro?
quando sorri,
tira de si o sarro?
Vai você,
segurar o sorrir?
segurar o sorrir?
O sorriso de graça,
não aguenta,
faz cócegas na língua,
arreganha,
arrebenta,
mostra os dentes
de graça,
e um sorriso
contente,
pra quem passa,
vai fazer você sorrir.
não aguenta,
faz cócegas na língua,
arreganha,
arrebenta,
mostra os dentes
de graça,
e um sorriso
contente,
pra quem passa,
vai fazer você sorrir.
domingo, 16 de agosto de 2015
sábado, 15 de agosto de 2015
Montanhas são escaladas para concretizar o derrubar dos problemas, e a subida, uma meditação contínua. Lá do alto, as coisas ficam tão pequenas, temos a sensação de sermos Deus, e se Deus quiser, a gente desce bem na volta. E a volta é um esvaziar do ar parado no peito, o tremer da barriga e das pernas que querem evitar a queda. Escaladas, caminhadas, é o corpo fazendo a vontade do destino, através dos músculos, do suor, dos ossos, para lembrar que estamos vivos.
sexta-feira, 14 de agosto de 2015
O lado ruim de ser poeta,
eu vou te contar.
eu vou te contar.
Começa quando a gente por
alguém se interessa.
Então reza, que a palavra pode
complicar.
Se você escrever, veja bem,
o que pode acontecer.
Se você não está tão a fim ainda,
e sua palavra sempre está,
a paquera finda, que a palavra
sem querer entrega, até o que não é,
e nem sabe se vai dar.
Sabe como são as palavras,
nascem de pessoas,
então não são fáceis de controlar,
soltas, no papel e pelo ar,
ninguém segura a palavra.
E pode também não ser nada,
e nada demora a acontecer,
poeta é gente quase normal,
mas a palavra na gente implica.
E se gostar demais a palavra complica,
pois coloca muita cor, e quem não está tão a fim,
acha graça, e foge de pavor.
alguém se interessa.
Então reza, que a palavra pode
complicar.
Se você escrever, veja bem,
o que pode acontecer.
Se você não está tão a fim ainda,
e sua palavra sempre está,
a paquera finda, que a palavra
sem querer entrega, até o que não é,
e nem sabe se vai dar.
Sabe como são as palavras,
nascem de pessoas,
então não são fáceis de controlar,
soltas, no papel e pelo ar,
ninguém segura a palavra.
E pode também não ser nada,
e nada demora a acontecer,
poeta é gente quase normal,
mas a palavra na gente implica.
E se gostar demais a palavra complica,
pois coloca muita cor, e quem não está tão a fim,
acha graça, e foge de pavor.
E se o poema que o amor de verdade pede,
e não vem, e acontece também,
pois a inspiração transpira tão bem,
que a poesia descansa e não vem,
e pode acontecer.
Quem não é poeta, e muita gente é,
e não sabe, poesia pega bem no silêncio,
e as palavras não saem, quando se ama,
muitas vezes, é tão gostoso,
que elas não querem dar o ar da graça,
mas a pessoa amada não vê graça.
O lado ruim de ser poeta, vou te contar!
e não vem, e acontece também,
pois a inspiração transpira tão bem,
que a poesia descansa e não vem,
e pode acontecer.
Quem não é poeta, e muita gente é,
e não sabe, poesia pega bem no silêncio,
e as palavras não saem, quando se ama,
muitas vezes, é tão gostoso,
que elas não querem dar o ar da graça,
mas a pessoa amada não vê graça.
O lado ruim de ser poeta, vou te contar!
quinta-feira, 13 de agosto de 2015
Luizinho
Morar embaixo da ponte, o único horizonte do Luizinho,
que não foi parar por amor, chegou até lá sozinho.
O barraco queimou pra virar empreendimento,
a comunidade se espalhou, e Luizinho ficou ali mesmo.
Embaixo da ponte que não tinha pedra pontiaguda,
mas tinha uns fumantes das pedras, umas caixas empilhadas,
cobertores cinzas. Luizinho ficava sem jeito quando a noite
trazia a Lua mais cheia. Despertador de Sol no rosto, noites de chuva,
o saco de plástico preto voador, o latido dos cachorros,
as buzinas dos carros, um café emprestado, uma bituquinha de cigarro,
um banho no abrigo, uma princesa do lado. Luizinho, de 70 e
uns bocados, pouco dente na boca, não sabe explicar onde foram
parar os aposentos, os rendimentos, não lembra
onde colocou o cartão, traz o RG como porta-retrato,
do lado do travesseiro de roupas amarradas,
só lhe faltaria uma casa, mas agora não lhe
falta mais não, seus olhos brilharam com a chegada
da Lua mais cheia, ele nem piscou, e o Sol nem precisou
mais despertar o Luizinho, a princesa que estava do lado
não gostou, pois achou que o Luizinho morreu de amor.
Morar embaixo da ponte, o único horizonte do Luizinho,
que não foi parar por amor, chegou até lá sozinho.
O barraco queimou pra virar empreendimento,
a comunidade se espalhou, e Luizinho ficou ali mesmo.
Embaixo da ponte que não tinha pedra pontiaguda,
mas tinha uns fumantes das pedras, umas caixas empilhadas,
cobertores cinzas. Luizinho ficava sem jeito quando a noite
trazia a Lua mais cheia. Despertador de Sol no rosto, noites de chuva,
o saco de plástico preto voador, o latido dos cachorros,
as buzinas dos carros, um café emprestado, uma bituquinha de cigarro,
um banho no abrigo, uma princesa do lado. Luizinho, de 70 e
uns bocados, pouco dente na boca, não sabe explicar onde foram
parar os aposentos, os rendimentos, não lembra
onde colocou o cartão, traz o RG como porta-retrato,
do lado do travesseiro de roupas amarradas,
só lhe faltaria uma casa, mas agora não lhe
falta mais não, seus olhos brilharam com a chegada
da Lua mais cheia, ele nem piscou, e o Sol nem precisou
mais despertar o Luizinho, a princesa que estava do lado
não gostou, pois achou que o Luizinho morreu de amor.
quarta-feira, 12 de agosto de 2015
É carência,
ficar na passagem das entradas do coletivo, furar fila, ficar no caminho do fluxo contrário, conversar na fila do supermercado com o atendente sem ver o tempo passar, ultrapassagem, costurar na estrada. Quer melhor jeito de conhecer alguém, levar um esbarrão, chamar atenção, criar confusão? Observe, então.
ficar na passagem das entradas do coletivo, furar fila, ficar no caminho do fluxo contrário, conversar na fila do supermercado com o atendente sem ver o tempo passar, ultrapassagem, costurar na estrada. Quer melhor jeito de conhecer alguém, levar um esbarrão, chamar atenção, criar confusão? Observe, então.
terça-feira, 11 de agosto de 2015
Hoje eu peguei um táxi
para a Bento Freitas,
e o motorista me deixou
na Rego Freitas,
na volta passei pela Rua Aurora,
que não era mais a mesma.
para a Bento Freitas,
e o motorista me deixou
na Rego Freitas,
na volta passei pela Rua Aurora,
que não era mais a mesma.
Quando cheguei na
Santo Amaro,
continuei no Centro,
e assim vamos vivendo.
Santo Amaro,
continuei no Centro,
e assim vamos vivendo.
Descendo para o
Terminal Bandeiras,
dei bandeira,
me disseram para ir
com comedimento,
e sentimento,
Terminal Bandeiras,
dei bandeira,
me disseram para ir
com comedimento,
e sentimento,
e assim vamos vivendo.
Dando voltas e voltando ao Centro.
A primeira vez que
vi a Mulher Maravilha, era criança.
Era aniversário dela,
que fazia sete anos.
vi a Mulher Maravilha, era criança.
Era aniversário dela,
que fazia sete anos.
A Mulher Maravilha,
cresceu muito linda,
tinha os cabelos pretos,
sobrancelhas grossas
e sardinhas.
E quando sorria,
a Mulher Maravilha
salvava o dia.
cresceu muito linda,
tinha os cabelos pretos,
sobrancelhas grossas
e sardinhas.
E quando sorria,
a Mulher Maravilha
salvava o dia.
A Carla, na inocência,
cresceu poema,
mas ela não sabia.
cresceu poema,
mas ela não sabia.
Que era a Mulher Maravilha.
Será que eu escrevo
como quem
se rasteja?
Sinuosas curvas
entre as serifas,
que implora por vogais acesas,
como quem
se rasteja?
Sinuosas curvas
entre as serifas,
que implora por vogais acesas,
consoantes indecisas?
Será que escrevo
como
quem leva o livro
embaixo do braço,
procurando por autoestima,
como
quem leva o livro
embaixo do braço,
procurando por autoestima,
em rimas de descompasso?
Que essa crise sempre me
acompanhe e que eu não
me engane
com o descaso.
acompanhe e que eu não
me engane
com o descaso.
sábado, 8 de agosto de 2015
Pelos mesmos lugares,
prometemos distâncias
de um metro e meio,
em passeios regulares.
Descobrimos que somos bichos,
que esquecemos das convenções
de Genebra,
do Tratado de Tordesilhas,
dos conflitos da guerra.
Que podíamos esquecer que juntos
não estamos mais, que o orgulho
diante do amor fala baixinho.
Que podíamos voltar
esquecidos
pelo mesmo caminho.
prometemos distâncias
de um metro e meio,
em passeios regulares.
Descobrimos que somos bichos,
que esquecemos das convenções
de Genebra,
do Tratado de Tordesilhas,
dos conflitos da guerra.
Que podíamos esquecer que juntos
não estamos mais, que o orgulho
diante do amor fala baixinho.
Que podíamos voltar
esquecidos
pelo mesmo caminho.
sexta-feira, 7 de agosto de 2015
A decepção
faz você ficar
até tarde,
de propósito,
ela quer que você
pense nela.
faz você ficar
até tarde,
de propósito,
ela quer que você
pense nela.
Então, pense.
Pense o quanto
podia ter sido
diferente.
E não tenha vergonha de
se arrepender.
Pode acreditar,
a decepção
também mente,
tem insônia,
e depois sonha,
de repente.
Pense o quanto
podia ter sido
diferente.
E não tenha vergonha de
se arrepender.
Pode acreditar,
a decepção
também mente,
tem insônia,
e depois sonha,
de repente.
Ela pode dizer a verdade.
O que ela disser,
aceite.
O que ela disser,
aceite.
A decepção é um recurso
que muda as tramas,
está na boca de quem tanto reclama,
e fica no peito de quem não se ama.
que muda as tramas,
está na boca de quem tanto reclama,
e fica no peito de quem não se ama.
A decepção é a santa que aparece
na hora mais imprópria
para você acordar.
na hora mais imprópria
para você acordar.
Caso ela aparecer,
não brigue,
mantenha a educação,
que a decepção,
se você não insistir,
e não pedir pra ficar,
vai embora rapidinho.
não brigue,
mantenha a educação,
que a decepção,
se você não insistir,
e não pedir pra ficar,
vai embora rapidinho.
Quando a tristeza aparecer,
ela vai fazer a mesma coisa,
mas agora você já sabe o que fazer.
ela vai fazer a mesma coisa,
mas agora você já sabe o que fazer.
quarta-feira, 5 de agosto de 2015
O que podia ser o amor,
parou e perguntou
ao transeunte,
na avenida
o que o amor seria.
E como sorria,
trazia em si
toda a covardia
de ser.
Em balões de oxigênio
de um peito sem par,
podia ser lido:
Quem vai me levar
pra passear, mesmo
quando não estiver
comigo?
Quem vai me ligar,
mesmo quando não
estiver
ligando?
Quem vai me beijar,
mesmo, quando
não estiver me beijando?
Quem estará,
sem estar?
Foi então,
que sem poder falar
o que pensar,
abriu mão da loucura do que for,
pegou o primeiro táxi,
e fugiu
do amor.
parou e perguntou
ao transeunte,
na avenida
o que o amor seria.
E como sorria,
trazia em si
toda a covardia
de ser.
Em balões de oxigênio
de um peito sem par,
podia ser lido:
Quem vai me levar
pra passear, mesmo
quando não estiver
comigo?
Quem vai me ligar,
mesmo quando não
estiver
ligando?
Quem vai me beijar,
mesmo, quando
não estiver me beijando?
Quem estará,
sem estar?
Foi então,
que sem poder falar
o que pensar,
abriu mão da loucura do que for,
pegou o primeiro táxi,
e fugiu
do amor.
segunda-feira, 3 de agosto de 2015
domingo, 2 de agosto de 2015
O cachorro não enxerga, é um cocker spaniel, sem olfato, quase se arrasta, está por pouco a roer os ossos da carne, mas é apaixonado por uma pinscher, que quase não tem mais os dentes. Ela é seu cão guia, quem fareja a comida, quem coça suas costas, em quem se esfrega quando tentam simular o sexo, pois nunca conseguem consumar o ato. Acho que isso também é amor.
sábado, 1 de agosto de 2015
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