Um louco, com roupa de louco,
olhar de louco,
cheiro de louco.
E você que lê, traga seu louco imaginário para embalar sua visão,
vinha no sentido contrário do itinerário de quem vai pegar o trem.
Horário quase lotado, acenava com a mão o pedido de passagem,
riscando as laterais, lado a lado, como quem rege uma sinfônica,
uma peça dramática.
Os franceses que estavam na minha frente,
cujos erres me despertaram, acharam graça, e pude vê-lo em tempo
de não levar uma borracha na cara.
O olhar dele cortava feito espada o ar,
ia fazendo o som com a boca.
Escapei por pouco do louco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário