Poesia, textos e todas expressões que surgirem para partilhar, sempre depois que a Lua me tocar.
sábado, 31 de janeiro de 2015
Ela sentou-se à mesa de um deus. Viu a paisagem da sala, a varanda, as crianças correndo, sorrindo, quebrando as coisas no caminho, mas o aroma que saia de sua boca, mudaram o presságio do destino. Ela sentiu o cheiro de quem se despede a cada gole de bebida. A beleza morrendo em gotas de veneno. Pedia ao coração que freasse o que viesse pela frente, pois sabia no perfume que vinha, que se arrebentaria bem antes de começar. Um bebedor que ainda não sofre as sequelas da falta de unguento. A conversa acabou no jantar, disse que não iria ficar. Como amar quem já está morrendo? Ela era vidente.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
Ele escreve mil coisas,
abre mil rolhas.
abre mil rolhas.
Ele conta mil contos,
faz mil colares
e não mostra pra mim.
faz mil colares
e não mostra pra mim.
Ele anda mil léguas,
e não me coloca
em suas promessas.
e não me coloca
em suas promessas.
Ele samba mil sambas,
arrasta mil sandálias
e não dança comigo.
arrasta mil sandálias
e não dança comigo.
Ele beija mil bocas,
joga mil roupas
e não se deita comigo.
joga mil roupas
e não se deita comigo.
Um dia olho na janela e descubro
que este homem não existe.
que este homem não existe.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
O amor que eu sinto,
é bravio,
ninguém toma.
é bravio,
ninguém toma.
É tão meu que a boca
que não sente,
dormente,
não concorda.
que não sente,
dormente,
não concorda.
Em coração
que não sente
fica intragável,
o ar rarefeito.
que não sente
fica intragável,
o ar rarefeito.
O amor que eu sinto,
sinto muito,
sofre de defeitos.
sinto muito,
sofre de defeitos.
É mal educado,
peço desculpas
pela falta
de jeito.
peço desculpas
pela falta
de jeito.
O amor que eu sinto
não tem jeito.
Veio como veio,
veio cheio de defeito.
não tem jeito.
Veio como veio,
veio cheio de defeito.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2015
O maestro
Um louco, com roupa de louco,
olhar de louco,
cheiro de louco.
E você que lê, traga seu louco imaginário para embalar sua visão,
vinha no sentido contrário do itinerário de quem vai pegar o trem.
Horário quase lotado, acenava com a mão o pedido de passagem,
riscando as laterais, lado a lado, como quem rege uma sinfônica,
uma peça dramática.
Os franceses que estavam na minha frente,
cujos erres me despertaram, acharam graça, e pude vê-lo em tempo
de não levar uma borracha na cara.
O olhar dele cortava feito espada o ar,
ia fazendo o som com a boca.
Escapei por pouco do louco.
olhar de louco,
cheiro de louco.
E você que lê, traga seu louco imaginário para embalar sua visão,
vinha no sentido contrário do itinerário de quem vai pegar o trem.
Horário quase lotado, acenava com a mão o pedido de passagem,
riscando as laterais, lado a lado, como quem rege uma sinfônica,
uma peça dramática.
Os franceses que estavam na minha frente,
cujos erres me despertaram, acharam graça, e pude vê-lo em tempo
de não levar uma borracha na cara.
O olhar dele cortava feito espada o ar,
ia fazendo o som com a boca.
Escapei por pouco do louco.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
terça-feira, 20 de janeiro de 2015
domingo, 18 de janeiro de 2015
sábado, 17 de janeiro de 2015
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
Perdi meu celular ontem.
Perto da uma da manhã, liguei pra ele e atendeu a Néia, que achou no lugar onde trabalha, e era costume arranjar uma bateria para o dono ligar. A Néia ajudou quatro donos a encontrar o celular. E eu que ia desacreditando nas pessoas, não por elas, mas na necessidade que as pessoas tem de se fazerem confiáveis e depois a confiança perder. Quando imaginei meu celular perdido, dei vários rumos pra ele, minha agenda, as fotos, os contatos, os torpedos e mensagens que guardo. Eu que confio não desconfiava do acaso. Tem o bloqueio da tela que fica o dedo desenhado. Tem as pessoas que fazem com o aparelho um estrago. O máximo da intimidade que levava, eram minhas fotos self service, a vida que retrato, as 3.000 fotos que guardo e mais milhares de palavras. O celular novo que tem android e quase fala, e ainda pago as parcelas. Perder o celular é uma querela, mas guardamos coisas tão queridas. Eu perco celular, amigos vivos, mas assim como a Néia, que ajuda pessoas a encontrar o que elas perdem, tenho esperança na vida.
Perto da uma da manhã, liguei pra ele e atendeu a Néia, que achou no lugar onde trabalha, e era costume arranjar uma bateria para o dono ligar. A Néia ajudou quatro donos a encontrar o celular. E eu que ia desacreditando nas pessoas, não por elas, mas na necessidade que as pessoas tem de se fazerem confiáveis e depois a confiança perder. Quando imaginei meu celular perdido, dei vários rumos pra ele, minha agenda, as fotos, os contatos, os torpedos e mensagens que guardo. Eu que confio não desconfiava do acaso. Tem o bloqueio da tela que fica o dedo desenhado. Tem as pessoas que fazem com o aparelho um estrago. O máximo da intimidade que levava, eram minhas fotos self service, a vida que retrato, as 3.000 fotos que guardo e mais milhares de palavras. O celular novo que tem android e quase fala, e ainda pago as parcelas. Perder o celular é uma querela, mas guardamos coisas tão queridas. Eu perco celular, amigos vivos, mas assim como a Néia, que ajuda pessoas a encontrar o que elas perdem, tenho esperança na vida.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
terça-feira, 13 de janeiro de 2015
domingo, 11 de janeiro de 2015
sábado, 10 de janeiro de 2015
terça-feira, 6 de janeiro de 2015
segunda-feira, 5 de janeiro de 2015
Ele Bukowski,
na pele whisky,
podia ser um homem simples.
na pele whisky,
podia ser um homem simples.
Ela que não gostava
de um
homem assim
gostou.
de um
homem assim
gostou.
Em tempo recorde,
queria esquecer
o que foi bom.
queria esquecer
o que foi bom.
O que Bukowski faria?
Se estivesse apaixonado,
a quem recorreria?
Pra esquecer de vez,
se fosse
simples,
como o que ela queria,
Bukowski iria até Aparecida.
Se estivesse apaixonado,
a quem recorreria?
Pra esquecer de vez,
se fosse
simples,
como o que ela queria,
Bukowski iria até Aparecida.
E o a mortadela desapareceu com vida.
domingo, 4 de janeiro de 2015
sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
Janeiros
Ficou acertado entre os outros meses, que seria janeiro o primeiro. Nenhum mês discutiu,
os outros queriam mais um tempo para aproveitar a entrada de ano. O trabalho dos meses, antes de sua estreia, chama-se espera, planos, estratégias, sonhos, festas, amores, desavenças, problemas, conquistas, superações. A vantagem, pensou janeiro, é começar a trabalhar primeiro, chegando de mãos dadas com a senhora esperança.
Hoje é dia dois, janeiro é sempre o mês um na folhinha. E todo dia primeiro de cada mês, dia primeiro e a esperança voltam para reavivar alguma promessa de felicidade. É assim que janeiro, através do dia primeiro, atuam um mês e doze dias sem reclamar. É muito bom ser o prenúncio de uma nova chance de tentar.
Ficou acertado entre os outros meses, que seria janeiro o primeiro. Nenhum mês discutiu,
os outros queriam mais um tempo para aproveitar a entrada de ano. O trabalho dos meses, antes de sua estreia, chama-se espera, planos, estratégias, sonhos, festas, amores, desavenças, problemas, conquistas, superações. A vantagem, pensou janeiro, é começar a trabalhar primeiro, chegando de mãos dadas com a senhora esperança.
Hoje é dia dois, janeiro é sempre o mês um na folhinha. E todo dia primeiro de cada mês, dia primeiro e a esperança voltam para reavivar alguma promessa de felicidade. É assim que janeiro, através do dia primeiro, atuam um mês e doze dias sem reclamar. É muito bom ser o prenúncio de uma nova chance de tentar.
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