quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

O poeta é um servente

O poeta é um servente
das palavras.
E sendo um, fica proibido acreditar
que é uma sumidade.
Quando isso acontece,
a palavra serve,
e se apresenta,
e se retira rabugenta.
Funcionária,
a colega se aborrece,
cisma,
e sai à procura de carisma.
A palavra
faz piquete,
ferve,
pede a palavra
e faz greve.
Quando o poeta esqueci de si,
a poesia volta a trabalhar feliz.

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