A Tabatinguera é uma rua que abriga lojinhas de perfumes,
embalagens de vertigens, vidrilhos e cremes sensíveis,
essências da natureza em frascos artificiais da Sé.
A Tabatinguera, quando suas portas fecham,
no Centro de São Paulo,
entoa cânticos de fim de tarde,
em que o odor da cidade
surpreende esferas nem tão belas.
Na Tabatinguera, os donos e atendentes
sem saber o que se passa,
vaporizam seus últimos cheiros da moda na porta,
como se fosse efeito de alguma sorte,
lugar que no passado, se banhavam de lavanda da Igreja,
os brancos e os negros que chegaram, depois dos índios e sua morte.
A Tabatinguera das águas lamacentas, povoadas de pedra,
e suas ricas pobres camadas de asfalto, prossegue perfumada.
A rua batizada nos olhos dos índios,
não sabia que sua vocação seria incenso redivivo.
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