Falta pouco para o mês de maio entrar no céu.
Na Terra os paparazzi já estão de olho,
tem gente de torcicolo esperando.
A chuva promete não dar trabalho,
desde o dia primeiro de maio.
Poesia, textos e todas expressões que surgirem para partilhar, sempre depois que a Lua me tocar.
terça-feira, 29 de abril de 2014
segunda-feira, 28 de abril de 2014
sábado, 26 de abril de 2014
sexta-feira, 25 de abril de 2014
quinta-feira, 24 de abril de 2014
quarta-feira, 23 de abril de 2014
terça-feira, 22 de abril de 2014
segunda-feira, 21 de abril de 2014
Mentira de Verdade
A mentira:
- Não me venha com a verdade verdadeira.
A verdade:
- Ela não vem, mentira.
A verdade verdadeira é de mentirinha.
- Não me venha com a verdade verdadeira.
A verdade:
- Ela não vem, mentira.
A verdade verdadeira é de mentirinha.
domingo, 20 de abril de 2014
funciona oficina
Não raro, passa o carro,
passa o passador,
a dor não passa.
O que se vê
quando chamam na calçada
é cortejo.
Teatro,
vida áspera.
Fechar a sua casa,
é sacrilégio.
Para o Teatro Oficina, ameaçado de fechar suas portas.
passa o passador,
a dor não passa.
O que se vê
quando chamam na calçada
é cortejo.
Teatro,
vida áspera.
Fechar a sua casa,
é sacrilégio.
Para o Teatro Oficina, ameaçado de fechar suas portas.
sábado, 19 de abril de 2014
quinta-feira, 17 de abril de 2014
com licença
Com licença poética,
o verso se apresentou redivivo.
Sem licença poética,
restou a gramática correta
e o mal entendido.
o verso se apresentou redivivo.
Sem licença poética,
restou a gramática correta
e o mal entendido.
quarta-feira, 16 de abril de 2014
terça-feira, 15 de abril de 2014
Dia chuvoso, noite chuvosa.
Quem bate a sua porta não tem muito,
mas vem pedir para outro que mora aí perto,
mas eles que pedem moram longe.
Eles tem bolsas, mas no meio de mês,
sabem que os outros já esvaziaram,
não deram, nem com a pensão.
E eles os pedintes e suas pernas,
tem dinheirinho que sobrou para o ônibus.
O filho autista vem com ela,
seguem na chuva até que os olhos sequem.
Pode ser que a senhora idosa que recebe pensão,
que no meio do mês
não tem mais dispensa,
lugar que eles vão com os mantimentos nos braços,
e ninguém pensa,
eles, os pedintes dos outros, que tem menos que eles,
não sabem,
mas pode ser que ela, a senhora idosa sem dispensa,
nesta noite chuvosa não os receba.
Quem bate a sua porta não tem muito,
mas vem pedir para outro que mora aí perto,
mas eles que pedem moram longe.
Eles tem bolsas, mas no meio de mês,
sabem que os outros já esvaziaram,
não deram, nem com a pensão.
E eles os pedintes e suas pernas,
tem dinheirinho que sobrou para o ônibus.
O filho autista vem com ela,
seguem na chuva até que os olhos sequem.
Pode ser que a senhora idosa que recebe pensão,
que no meio do mês
não tem mais dispensa,
lugar que eles vão com os mantimentos nos braços,
e ninguém pensa,
eles, os pedintes dos outros, que tem menos que eles,
não sabem,
mas pode ser que ela, a senhora idosa sem dispensa,
nesta noite chuvosa não os receba.
segunda-feira, 14 de abril de 2014
domingo, 13 de abril de 2014
A Avenida do Brigadeiro do seu Luis Antônio.
Tinha 6 anos quando a mãe resolveu levar para ver uma peça infantil em São Paulo. A menina já era acostumada a ir ao teatro da cidade pequena onde morava, mas quando chegou em uma das avenidas mais conhecidas da capital, a Avenida Brigadeiro Luis Antônio, que passava a peça, ficou desapontada:
- Tudo bem, mãe, gostei da peça, agora eu quero o brigadeiro!
Voltaram pra casa desapontadas, mãe e filha, sem o doce, que praticamente obrigou a buscá-lo em algum estabelecimento nas proximidades.
Nos anos 70, diferente de hoje, brigadeiro aparecia apenas em festa de aniversário.
Tinha 6 anos quando a mãe resolveu levar para ver uma peça infantil em São Paulo. A menina já era acostumada a ir ao teatro da cidade pequena onde morava, mas quando chegou em uma das avenidas mais conhecidas da capital, a Avenida Brigadeiro Luis Antônio, que passava a peça, ficou desapontada:
- Tudo bem, mãe, gostei da peça, agora eu quero o brigadeiro!
Voltaram pra casa desapontadas, mãe e filha, sem o doce, que praticamente obrigou a buscá-lo em algum estabelecimento nas proximidades.
Nos anos 70, diferente de hoje, brigadeiro aparecia apenas em festa de aniversário.
quinta-feira, 10 de abril de 2014
Ah, mulher de pedra!
Ah, mulher de pedra
que a pele resseca no banco da praça!
Rodeada de amigos,
chafariz no umbigo,
minha estátua!
Ah este ser,
que podia ser uma mulher,
as costas desnudas rajadas dobradas de pedra na Sé.
que a pele resseca no banco da praça!
Rodeada de amigos,
chafariz no umbigo,
minha estátua!
Ah este ser,
que podia ser uma mulher,
as costas desnudas rajadas dobradas de pedra na Sé.
quarta-feira, 9 de abril de 2014
segunda-feira, 7 de abril de 2014
Vacina
Percebia que assustava e sabia,
ou arranjava uma casa pra guardar
ou morreria de raiva.
O circo mudou o destino do cão.
ou arranjava uma casa pra guardar
ou morreria de raiva.
O circo mudou o destino do cão.
domingo, 6 de abril de 2014
Minha
- Alguém tem algo que possa impedir esta união?
- Eu tenho, padre! E levantando o celular:
- Ela é minha mina no facebook!
- Eu tenho, padre! E levantando o celular:
- Ela é minha mina no facebook!
sábado, 5 de abril de 2014
Com sentimento
Não me diz respeito
o que cada um carrega no peito,
que o peito é sentimento que descarrega com sentimento.
Consentir-se
o que cada um carrega no peito,
que o peito é sentimento que descarrega com sentimento.
Consentir-se
O mundo seria são
se os óculos mudassem a visão.
Se escolhessem abrir não ao acaso,
fossem livres para fechar antes
que o desagradável se apresentasse,
mas os olhos não,
pois obedecem
e se perdem
pelo excesso de suas vontades,
os olhos que cegam
pela invocação da cabeça,
que por incrível
que pareça
espera melindrada
que apenas a sua visão aconteça.
sexta-feira, 4 de abril de 2014
quinta-feira, 3 de abril de 2014
A Tabatinguera
A Tabatinguera é uma rua que abriga lojinhas de perfumes,
embalagens de vertigens, vidrilhos e cremes sensíveis,
essências da natureza em frascos artificiais da Sé.
A Tabatinguera, quando suas portas fecham,
no Centro de São Paulo,
entoa cânticos de fim de tarde,
em que o odor da cidade
surpreende esferas nem tão belas.
Na Tabatinguera, os donos e atendentes
sem saber o que se passa,
vaporizam seus últimos cheiros da moda na porta,
como se fosse efeito de alguma sorte,
lugar que no passado, se banhavam de lavanda da Igreja,
os brancos e os negros que chegaram, depois dos índios e sua morte.
A Tabatinguera das águas lamacentas, povoadas de pedra,
e suas ricas pobres camadas de asfalto, prossegue perfumada.
A rua batizada nos olhos dos índios,
não sabia que sua vocação seria incenso redivivo.
embalagens de vertigens, vidrilhos e cremes sensíveis,
essências da natureza em frascos artificiais da Sé.
A Tabatinguera, quando suas portas fecham,
no Centro de São Paulo,
entoa cânticos de fim de tarde,
em que o odor da cidade
surpreende esferas nem tão belas.
Na Tabatinguera, os donos e atendentes
sem saber o que se passa,
vaporizam seus últimos cheiros da moda na porta,
como se fosse efeito de alguma sorte,
lugar que no passado, se banhavam de lavanda da Igreja,
os brancos e os negros que chegaram, depois dos índios e sua morte.
A Tabatinguera das águas lamacentas, povoadas de pedra,
e suas ricas pobres camadas de asfalto, prossegue perfumada.
A rua batizada nos olhos dos índios,
não sabia que sua vocação seria incenso redivivo.
Pra correr de pegar lugar
Brincadeira das cadeiras,
pra correr de pegar lugar,
na festa, rua, escola, trabalho.
Pra
parar
quando
não compete mais.
pra correr de pegar lugar,
na festa, rua, escola, trabalho.
Pra
parar
quando
não compete mais.
quarta-feira, 2 de abril de 2014
1956
Vendedor de bilhetes atravessando a rua, entre a igreja da Sé e a Praça João Mendes, começo da noite:
-Olha a chapa do táxi, ano de 1956! Ano do aniversário que faço hoje!
Parabéns pra mim que estou até agora aqui!
Quem quer bilhete da loteria federal?
-Olha a chapa do táxi, ano de 1956! Ano do aniversário que faço hoje!
Parabéns pra mim que estou até agora aqui!
Quem quer bilhete da loteria federal?
terça-feira, 1 de abril de 2014
Foi na fila
Você na mesma fila que eu,
as pessoas entre nós,
a fila dando voltas,
nas dobras e nas curvas das sobras,
turmas,
ficamos engraçados, você e eu,
e aquele outro, e mais alguém que sorriu.
Mas quando a fila acabou pra mim,
você continuou, eu voltei atrás,
eu você e outro alguém
mais além sumiu.
A cidade cheia de filas aborrecidas,
outras tensas,
algumas raras agradáveis recompensas.
Espero na próxima fila
estar do seu lado,
quem sabe temos gostos parecidos,
fica combinado,
eu você e mais outro alguém, não desaparecer
até a fila acabar.
as pessoas entre nós,
a fila dando voltas,
nas dobras e nas curvas das sobras,
turmas,
ficamos engraçados, você e eu,
e aquele outro, e mais alguém que sorriu.
Mas quando a fila acabou pra mim,
você continuou, eu voltei atrás,
eu você e outro alguém
mais além sumiu.
A cidade cheia de filas aborrecidas,
outras tensas,
algumas raras agradáveis recompensas.
Espero na próxima fila
estar do seu lado,
quem sabe temos gostos parecidos,
fica combinado,
eu você e mais outro alguém, não desaparecer
até a fila acabar.
Aforismos
A mentira que protege,
é uma mentira santa.
Tomamos verdades como se fosse água,
sem engolir a própria saliva.
é uma mentira santa.
Tomamos verdades como se fosse água,
sem engolir a própria saliva.
O que você usa para mastigar quando não tem mais os dentes
A cara da violência que te encara,
a falta de empatia na dor do outro,
a omissão de socorro,
o ensino que todos se queixam degradante
com salários indecentes,
a saúde precária,
vou pagar você por fora,
a falta de saneamento básico,
pobre preso por roubar galinha,
a briga de marido e mulher que se esconde a colher,
você não sabe com quem você está falando,
eu tenho amigos influentes,
eu sei onde você mora,
o voto de cabresto,
são resquícios da dentadura da humanidade,
que não termina por completo o ensino médio,
que morre antes da formatura,
pela omissão proposital das forças ocultas,
nem sei mais se é aquela,
que o Jânio Quadros balbuciava em triste tom de comédia.
a falta de empatia na dor do outro,
a omissão de socorro,
o ensino que todos se queixam degradante
com salários indecentes,
a saúde precária,
vou pagar você por fora,
a falta de saneamento básico,
pobre preso por roubar galinha,
a briga de marido e mulher que se esconde a colher,
você não sabe com quem você está falando,
eu tenho amigos influentes,
eu sei onde você mora,
o voto de cabresto,
são resquícios da dentadura da humanidade,
que não termina por completo o ensino médio,
que morre antes da formatura,
pela omissão proposital das forças ocultas,
nem sei mais se é aquela,
que o Jânio Quadros balbuciava em triste tom de comédia.
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