domingo, 21 de julho de 2013

João e Cinira, e depois Maria José

João e Cinira, namoraram tanto,
 até virar a tampa e a panela um do outro.
Dava gosto ver tanto grude!
Era isso que a vizinhança falava amiúde.

Mas o casório durou pouco.
Em um dia, Cinira definhou,
do rosa para o branco,
e João ficou viúvo de uma vez.

O povo falava que João não aguentaria,
viver sem sua metade,
sua companheira, sua santinha!

E João que não era de beber,
começou a ir pro bar.

A melancolia marvada,
fazia dele risos e choradeira.
O coitado acreditava, na cura pela bebedeira.

Os amigos tentaram ajudar,
grupo de oração, médico, tudo em vão!

Eis que numa noitada, no bar,
olhando pelo copo, viu Maria José,
pela porta atravessar.

E ela tirou o copo dele das mãos, sorrindo.

E foi Maria José quem tirou
o corpo do João, do chão.
A Maria José, que nunca teve um João.
O João que andava dormindo.

E não demorou para correr a notícia,
e o povo cheio de malícia,
vendo Maria José chegar pelos braços,
na casa de João.

Agora a mulher da vida, era mulher da vida de João.

Dois anos depois, ganharam uma menina,
que batizaram de Cinira.
Dizem que João, nunca esqueceu sua santinha,
mas quem devolveu sua fé, com sua força de mulher,
foi ela, a sua segunda esposa, Maria José.





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