quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Passaporte

Esquecer o que precisa ser esquecido,
faz uma viagem
de verdade
ser
algo
inesquecível.

Por Maira Garcia

domingo, 23 de outubro de 2011

Um vento passou por mim e fiquei assim, assim.

Craquelada,
fiz um mosaico de mim mesma.
Passada,
amarrotei minhas ventas.
Aqui na revoada,
fez-se o riso.
Aonde se fez limonada.

Por Maira Garcia

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Vai idade

Antes criança,
mas quem chegar ao final:
Carranca.

É muito chão.

Para ver precisa de:
Oração.
Nada de:
Mágica.
Carranca para espantar o mal
Principia o bem
mandando a ilusão:
Embora.
Sentimento para:
Dentro.
maquiagem por:
Fora.

Por Maira Garcia

terça-feira, 18 de outubro de 2011

A memória da pele

Não sabia que cor combinava com a sua,
pois sempre lembrava
das outras cores que teve.

Por Maira Garcia

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Nem vi

Eu pensava numa poesia dias.
Eu bebia a água,
e ela me bebia
Eu cantava dias.
Eu ouvia
e ela
também me via.
Até que olhei no espelho
e vi muita graça.
Era a solidão e eu.
Estava ali me paquerando o tempo todo.

Maira Garcia

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Só lhe dão

Os livros que você enxerga
que só a gente lê
As músicas que a gente ouve
que só você escuta
Os lugares que você vai
pelos caminhos que só a gente faz
O aroma que você sente
Do prato que só a gente come
E assim começamos a acreditar
que só,
a gente também
sente,
acompanhado.

       Por Maira Garcia

sábado, 8 de outubro de 2011

Pixoxó

Na escola tive um amigo
que saudava todos falando-Pixoxó.
Mudava a voz numa entonação aguda e caricata
contrastando com seu tamanhão alto e forte.
E assim fazia todo mundo dar risada.

Ele queria ser engenheiro e teve que parar
para servir a bandeira.
No quartel leu um livro de um bruxo e sua vida que era exata
mudou de curso.
Foi estudar as matas e os bichos para seguir
aquilo que passou a ser
sua
lenda pessoal.

Não soube mais dele, dizem que virou Curupira.

Por Maira Garcia

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Não confie em tênis com menos de 10 meses

Um pé cheio de estrelas
se encheu de água
O calçado mal educado
colocou a língua de fora.
Nem completou um ano
e o solado descolado,
com aquilo de mais moderno
perdeu a graça...
Caro, muito caro.
Não quer papo ou qualquer coisa que converse
ou convença.
Foi mau,
Fez a dona tropeçar porque não foi
bem colado
Quis mostrar aonde as estrelas do tênis
podem te levar
quando menos se espera:
-No chão!

Por Maira Garcia

domingo, 2 de outubro de 2011

É para devolver.

Pegue as verdades que eu te disse
e me devolva agora!
Não perca tempo.
Não vê
Que estas bobagens
são minhas?
Peço que devolva minhas verdades, sem demora.
É assim que economizamos mentiras.

Maira Garcia