terça-feira, 28 de junho de 2011

Balenciaga

Entrou num bazar com desculpa boa.
Desses de gente que ajuda gente.
É que comprar barato, dá barato.

A bolsa segurou os olhos,
depois sim, ela segurou a bolsa.

-Quanto custa?
-O preço tá na peça.
-Só isso? É do baralho!
-Aqui é que não! Disse o voluntário.
A casa é de oração!
Se refez examinando os fitilhos de couro, e enroscou os dedos
tocando a seda craquelada do saco.
Segurou as alças, puxou pelo gancho com firmeza.
Dançou o zíper entre as franjas, e tocou a placa de puro metal entre os dois lados da peça.
E viu seu RG tatuado adentrar.

Pra fazer espanhol achar que aquela é a tal.

Pagou o valor de duas viagens,
e depois, em casa não acreditou.
Era uma legítima Balenciaga!                


Maira Garcia

Nenhum comentário:

Postar um comentário